Na versão original de «Kodachrome», brilhante reflexão sobre a memória que abre o não-menos fabuloso disco "There Goes Rhymin' Simon", de 1973, Paul Simon cantava, entre ironias e sarcasmos acesos sobre memórias da sua vida e outras coisas, que "tudo fica pior a preto e branco" ("everything looks worse in black and white", no original). Anos mais tarde, no mítico concerto em Central Park, onde se reuniu de novo, perante uma plateia de mais de 500 mil pessoas, com Art Garfunkel (uma das maiores parcerias musicais da segunda metade dos anos 60, do qual resultaram cinco grandes discos), os artistas recordaram algumas belas cantigas dos seus tempos áureos e outras que Simon compôs a solo depois da separação do duo. Uma delas foi precisamente «Kodachrome», numa versão mais lenta em que, curiosamente, podemos ouvir um dos seus versos alterados, em relação à versão gravada em estúdio e editada em disco.
Foi exactamente aquele verso: em vez de ser tudo pior…